e desprestigiando, encheu-se de dívidas e terminou por perder quase toda a sua clientela. Somente hoje vai se recuperando lentamente, mas há quatro anos não compra, nem exporta.
As firmas exportadoras, constituídas algumas por capitais estrangeiros, têm sede em Salvador, onde estão os grandes bancos, com os quais são estreitamente ligadas. Operam, indistintamente, com lavradores de todas as condições. As indústrias também são sediadas em Salvador, em sua quase totalidade. As cooperativas, cujas sedes estão em Ilhéus e Salvador, somente negociam com os seus associados. Todo lavrador pode ser sócio dessas organizações cooperativistas. O Instituto do Cacau, está, paradoxalmente, localizado na capital do Estado, longe da zona de produção. Foi criado quando o grosso da produção era exportado pela capital, mas quer continuar debaixo da boa sombra dos bancos e das autoridades governamentais.
Não é pacífica a convivência das entidades que dominam o comércio de exportação do cacau baiano. Conforme acontece em outras áreas, aqui também se verifica uma luta sem quartel entre casas exportadoras e firmas industriais. Na Bahia, a situação ganha mais um termo, desconhecido na África: são as cooperativas.
Os exportadores acusam os industriais de diminuírem as possibilidades de aquisição de divisas fortes no estrangeiro, pois o volume a exportar diminui consideravelmente com a industrialização. Esse aparente zelo patriótico encobre o desgosto pela concorrência representada pelas fábricas. Estas, por sua vez, podem atribuir preços mais altos aos produtores, pois gozando de certas isenções fiscais, têm uma maior margem de lucro, que o exportador não pode oferecer. Por outro lado, com o ingresso do cacau na lista dos produtos gravosos, os produtos semi-industrializados obtiveram uma categoria de bonificações mais elevada, o que é do interesse do país.