Zona do cacau: introdução ao estudo geográfico

condições naturais, melhor diremos que as suas condições atmosféricas, que agiram nesse sentido. A natureza forneceu o quadro. E o homem fez o resto.

Tudo isso explica a ansiedade com que o homem da zona do cacau espera que do céu caiam as primeiras chuvas de verão. Delas é que dependerá a sua boa ou má fortuna. A safra fica na dependência das precipitações. É de ver a alegria que de uma hora para outra resplandece na fisionomia de todos quantos têm sua vida ligada ao cacau, quando, após uma fase de estiagem, o céu começa a carregar-se de nuvens cor de chumbo; que logo se desfazem em grossas bátegas de chuva dadivosa. É a própria fortuna a escorrer do céu em forma líquida. Mas, se não chove, como aconteceu há poucos anos, quando o flagelo da seca estendeu seus tentáculos à própria zona do cacau, é tristeza e desolação que se veem por todos os lados. São roças que se queimam, plantações que se perdem, negócios que se atrasam, o comércio que se paralisa, a estagnação, enfim, de todas as atividades. É por isso que se diz que o cacau depende mais do céu do que da terra. Mais do céu que da terra dependem também todos quantos vivem do cacau, mesmo que não o plantem, nem o colham.

2) O CACAU E A FLORESTA

São íntimas as relações do cacaueiro com a floresta. Se a preserva, com a prática do cabrocamento, que é o plantio sem destruição do manto florístico, são as árvores de maior porte que protegem o crescimento do cacaueiro e, afinal, vão ajudar-lhe a própria frutificação. A plantação de cacau fica sendo simplesmente um verdadeiro sub-bosque, ensombrado pela floresta persistente. Se se destrói a floresta, queimando-a ou, simplesmente, derrubando-a, para, em seu lugar, adubado já com as cinzas

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