Zona do cacau: introdução ao estudo geográfico

ano, diz Manuel Messias Barreto em artigo sobre o assunto, 143 são no verão e primavera e 257 no inverno e outono. É que aquelas precipitações embora sendo mais curtas são, por outro lado, mais fortes. As horas chuvosas do verão distribuem-se em 100 dias, e as do inverno em 110, mas a precipitação média do verão é de 1150 milímetros, enquanto a do inverno somente vai a 850 milímetros. Isso é o que faz ter-se a impressão de que o inverno é mais chuvoso. De fato, nessa quadra choverá maior número de vezes. No verão, todavia, é quando a coluna pluviométrica alcança altura maior.

Apreciando temperaturas cálidas, entre 25° e 27°, que é o seu ótimo, mas reproduzindo bem, mesmo entre 23° e 28° e, por outro lado, não suportando temperaturas inferiores a 15°, o que vemos na zona cacaueira baiana é que a média das mínimas geralmente não desce de 16° no mês mais frio, que é julho, sendo a média do verão superior a 25° e a média anual beirando os 24°. A média das máximas, observação no período 1935-1946, que tomamos como ponto de referência, é de 35,5°. Nesse mesmo período a máxima absoluta foi de 37,8° em janeiro, comparável aos 34,5° de fevereiro, máxima das máximas alcançada em Fernando Pó, outra zona de produção do cacau.

Quanto à umidade relativa, considerada como indispensável ao perfeito crescimento dos frutos, observamos que em todos os meses, exceto em anos de exceção, há dias em que a umidade chega aos 100%, isto é, ao estado de absoluta saturação, consignando maior média mensal em junho, com 88% e a menor com um pouco menos, isto é 85%, em janeiro, no período acima considerado. São todos esses fatores, associados à direção e natureza dos ventos, que fizeram da zona sul da Bahia a eleita pelo cacaueiro. Os ventos secos, como se sabe, fazem diminuir a produção. Não é de admirar-se que seja essa a cultura mestra, quase única, da região. Foram as suas

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