dívidas para o desterro. Nem faz honra ao Governo Provisório ter acusado esse homem, que fundou o crédito nacional e defendeu, incorruptível, o patrimônio público durante meio século, de ter aceito no Brasil "a liberalidade" do Governo para depois rejeitá-la na Europa por sugestão de outros.
Essa tentativa sinistra para fazer baquear em ponto de desinteresse a reputação de D. Pedro II será frustrada perante a História pelo testemunho de uma Nação inteira. Em uma época em que as ideias mais puras são pesadas nas balanças da corretagem administrativa, e em que não há aspiração nacional ou necessidade pública de qualquer ordem que não tenha a sua cotação na praça, a tradição que o Imperador deixa deve ser conservada como uma relíquia nacional. Ela poder ser um amuleto contra as economias republicanas, que causam a bancarrota de tantos países.
Sabe bem disso o povo, o qual durante cinquenta anos o encontrou de pé, na galeria de S. Cristóvão ou no Paço da cidade, ouvindo a todos sem enganar a ninguém, superior ao ressentimento, fazendo uma única propaganda: a do renome do Brasil; mostrando uma só aspiração: a de ver os brasileiros de todas as opiniões formarem uma só família, para isso, tolerantes, complacentes e justos, uns com os outros. A sua porta esteve sempre mais franca do que qualquer outra no país, e quando se deixava de tratar com ele para falar aos poderosos, todos sentiam que a vaidade da posição começava abaixo do Trono.