republicano, um lugar deixado vago pela retirada do meu distinto amigo, o eminente Sr. Américo Brasiliense de Almeida e Melo, que fora, durante anos, o chefe mais conspícuo do novo partido que se formava em São Paulo. Tendo se preparado no Rio de Janeiro, em 1887, durante a célebre questão militar, capitaneada pelos Marechais Deodoro e Pelotas, uma revolução que tinha por objetivo proclamar desde logo a República, do mesmo modo por que isso se fez em 1889 (dois anos e meio mais tarde), foi consultada a Comissão da qual eu fazia parte e que dirigia o partido republicano paulista. Em sessão secreta, presidida pelo falecido Dr. Rafael de Aguiar Pais de Barros, tendo como secretário o Dr. Augusto Cesar de Miranda Azevedo, também falecido, e à qual estiveram presentes o Sr. Senador Francisco Rangel Pestana e mais um correligionário ainda vivo, combati com firmeza a proposta revolucionária, que foi rejeitada com o meu voto. Estando no Governo o hábil Sr. Barão de Cotegipe, tive o prazer de o ver salvar a situação e a ordem pública na célebre sessão do Senado, na qual deu satisfação aos militares. Essa sessão teve lugar em maio de 1887 (há 24 anos), e apenas algumas semanas depois da proposta revolucionária recusada com o meu voto. Tive ocasião de pensar muitas vezes, com admiração e respeito, na grande abnegação patriótica que levou o falecido Barão de Cotegipe a sacrificar-se, e ao seu Ministério, em bem da paz do seu país, mas no fundo da minha consciência aplaudi sempre a minha própria conduta, por ter procurado evitar, dentro das minhas fracas forças, que se fizesse no Brasil uma revolução, mesmo que ela tivesse os elementos da de 15 de novembro de 1889.