O positivismo na República: notas sobre a história do positivismo no Brasil

Tendo feito com método e economia uma pequena fortuna, que me garantia, por não ter filhos, uma certa liberdade de ação, resolvi vir, mais uma vez à Europa continuar estudos que havia feito antes e que sempre considerei muitíssimo incompletos. Com esse intuito, dei a minha demissão de membro da Comissão Permanente do Partido Republicano Paulista. Preparava-me para a minha viagem à Europa, quando amadureceu o movimento de 15 de novembro de 1889. Não estando mais na direção do partido só fui consultado em caráter particular sobre a ação que se preparava e quando não dependia mais da vontade de um homem obstar uma explosão, cujos fatores se acumulavam desde longa data. Entre entusiasta da República, que me inspirava e inspira ainda grande confiança como forma, definitiva de Governo, e receoso da desordem que agitaria o Brasil no período do interregno político, sempre anárquico no dizer do grande mestre da sociologia, assisti com calma à transformação política que se operou no Brasil em 1889.

Na noite de 15 de novembro desse ano, às 9 horas em ponto, quando se sabia que a família imperial estava presa e a República proclamada no Rio, os populares aglomerados nas ruas de São Paulo quiseram assaltar o Palácio do Presidente da Província, para de lá retirar o General Couto de Magalhães, último delegado monárquico no Governo de São Paulo. Na presença de Prudente de Morais, Campos Sales, Rangel Pestana, Bernardino de Campos, Cerqueira Cesar, Luís Pereira Barreto, Antonio Francisco de Paula Sousa e outros, que resolviam, em reunião reservada, sobre o futuro Governo de São Paulo e sobre as medidas que deviam ser tomadas para garantir a

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