O positivismo na República: notas sobre a história do positivismo no Brasil

pouco eles acabariam tomando conta do poder. O passado, atirado pela janela, já o dizia Voltaire, entra de novo, e muito rapidamente, pela porta...

Os positivistas, "seita abstrusa" na opinião dos "liberais" da Monarquia, não contavam com a simpatia dos velhos políticos do passado. E, lentamente, também, perderia a daqueles que se acomodariam facilmente às novas exigências da situação. Explica-se, assim, em parte, o fato de haverem sido os positivistas levados a simpatizar com o jacobinismo florianista, pois este parecia apresentar-se então como a ala "pura" da República. É possível ainda que os adeptos de Comte, admiradores do Marechal de Ferro (e que tão cedo não perderiam as suas veleidades de ditadura republicana), nele suspeitassem o desejado "ditador central"...

Os positivistas não seriam aliás poupados "pelos insultadores assalariados do governo, nem pelos nossos inimigos e concorrentes espirituais que aproveitaram o ensejo"(11), Nota do Autor como escrevia Miguel Lemos, para sobre eles se atirarem.

A reação contra as ideias positivistas cedo se manifestaria. "Quer na tribuna parlamentar, quer nos jornais presidenciais, quer nas revistas intituladas católicas, não se deixou de apontar o atentado de 5 de novembro de 1897 como um fruto da propaganda positivista, por aconselhar, diziam, a ditadura republicana, por querer suprimir as crenças religiosas, e por ter corrompido o espírito cristão de nossos soldados! Esta declamação virulenta, que é, aliás, um fato vulgar

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