O positivismo na República: notas sobre a história do positivismo no Brasil

na história, não mereceria sequer que fosse por nós indicada - escreve Miguel Lemos - se ela não tivesse dominado num momento em que os sicários, policiais e politiqueiros, teriam podido facilmente, com a máxima impunidade, entregar-se contra nós às mais brutais violências"(12). Nota do Autor Naturalmente, como sempre, o agitado diretor do Apostolado exagerava, pois, de fato, contra eles a violência não passou das colunas da imprensa interessada em atenuar e ridicularizar a propaganda de uma doutrina que dificultava, com as suas rígidas exigências, o jogo de interesses da velha politicagem. Já se afirmou que o positivismo não era uma doutrina da qual emanassem eflúvios de sedução. Ao contrário, como observava Oliveira Viana, ela era "carregada de eletricidade negativa".

A propaganda a favor de uma República Ditatorial, como a que era feita pelos adeptos de Comte, não podia inspirar simpatia aos políticos liberais da tradição monarquista que se haviam apoderado da jovem República. Os positivistas não atentavam, porém, para isso. Seguiam, serenos, a linha traçada por Augusto Comte. Bastavam-lhes as afirmações do mestre, desatentos que sempre viveram da realidade que os envolvia. Ainda pouco tempo antes do atentado, em setembro de 1897, publicavam eles uma tradução portuguesa do trabalho de Jorge Lagarrigue, "A Ditadura Republicana", "excelente opúsculo de propaganda política, cuja vulgarização entre nós, escrevia Miguel Lemos, corresponde a uma urgente necessidade".(13) Nota do Autor

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