Sincretismo religioso afro-brasileiro

encobrir-se sob os rótulos de clubes carnavalescos, maracatus, caboclinhos, bumbas meu boi".

Usavam, assim, os descendentes de africanos de mil artifícios para escapar à ação policial. Mas, raras vezes o conseguiam. Daí a fase de estagnação que se seguiu à perseguição movida.

Pareceu, por um momento, que todo o trabalho intentado resultara em esforço inútil. Mas não.

As consequências do que se procurou efetuar naquela época, quer com as pesquisas nos xangôs, quer com o Congresso Afro-Brasileiro, projetaram-se no domínio intelectual e foram repercutir, de modo proveitoso, no futuro. Abriram o caminho para as realizações de agora no campo dos estudos antropológicos e etnográficos. E o reflexo de tudo isso se apresenta na magnífica equipe de estudiosos que existe no nosso Estado. Dessa equipe faz parte o professor Waldemar Valente, autor do presente livro. Integram-na, como outros componentes, Estevão Pinto, René Ribeiro, Gonçalves Fernandes, merecendo também referência o grupo de antropólogos que, embora não estejam diretamente interessados, de modo exclusivo, com os problemas afro-brasileiros, têm produzido trabalhos valiosos sobre antropologia e antropologia social, orientados pelas mais modernas técnicas e tendências da biotipologia. Refiro-me ao grupo de oficiais médicos da Polícia Militar de Pernambuco, como Álvaro Ferraz, Miguel Inácio de Andrade Lima, aos quais se deve acrescentar o professor Luiz Inácio de Andrade Lima, todos portadores de apreciável bagagem científica, atinente às pesquisas sobre o tipo antropológico do homem nordestino.

O professor Waldemar Valente é um nome firmado nos domínios da Antropologia, da Etnologia e da Etnografia

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