Selvagens amáveis - Um antropologista entre os índios Urubus do Brasil

Introdução

Logo após o descobrimento do Brasil, em 1500, começaram os portugueses, franceses, holandeses e ingleses a instalar-se em suas costas. Encontraram lá numerosas tribos indígenas, em sua maioria pertencentes ao mesmo tronco cultural e falando a mesma língua, chamada tupi. Entre essas tribos, a mais famosa era a dos tupinambás, sobre cujos costumes os primeiros cronistas escreveram pormenorizadamente. Os tupinambás, realmente, ofereceram maravilhosa oportunidade para tal estudo. Sempre que um navio chegava da Europa e ancorava ao largo, grupos de índios aguardavam que os recém-vindos desembarcassem a fim de lhes propor nova mas agradável forma de aliança: em troca de mercadorias, os visitantes deveriam ser conduzidos a suas aldeias, onde seriam tratados como hóspedes de honra, alimentados e festejados, dando-lhes mulheres.

Fizeram os colonizadores bom uso dessa hospitalidade. Por intermédio de seus hospedeiros, começaram a compreender o novo mundo que haviam descoberto, a reconhecer os animais e pássaros da floresta e a adotar os métodos indígenas de agricultura e caça. Ao mesmo tempo, é natural, conheceram melhor os índios e ficaram fascinados, especialmente, pelo lado menos agradável de suas vidas. É que nos aldeamentos havia outros hóspedes, índios prisioneiros, pertencentes a tribos vizinhas e que esperavam ser mortos ritualmente e comidos no clímax dos ritos tupinambás.

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