construtivo, poderíamos facilmente reconhecer nele o fenômeno humano, decantado por Rui Barbosa em 1882.
É na vasta documentação enviada no período de seu governo para o Brasil, que vamos encontrar a base dessa impressão. A minúcia e percuciência dos conselhos e instruções passadas aos que para cá mandava, encarregados de cumprir missões espinhosas, surpreende e entusiasma.
Cada frase tem sentido próprio e real. A tarefa a ser cumprida encontrava nas suas Instruções, tudo quanto de bom ou mau podia surgir no seu decorrer. E para aqueles que as não cumpriam conforme o determinado, a crítica vinha severa, e por vezes arrasadora. Nem sempre Pombal acertou, e em muitas ocasiões encontramo-lo impregnado de um otimismo presumido e enganador. Na crítica admoestadora, Martinho de Melo e Castro, que durante anos foi em seu gabinete Secretário da Marinha e dos Negócios Ultramarinos, se fizera quase tão perfeito quanto ele, e pelo conhecimento que julgamos ter alcançado desses dois homens é nossa convicção que Martinho de Melo e Castro sempre teve a presunção de poder ombrear com Pombal. É cedo, porém, para lhes fazer o paralelo. Contentamo-nos em afirmar ter sido Martinho de Melo e Castro incapaz de servir ao Brasil sem primeiro pensar nos homens que no mesmo setor de trabalho se achavam estabelecidos em Portugal.
O fato de ter sido cooperador conivente em quase todas as ações de violência pelas quais Pombal responde, e ter com a mudança de governo conseguido continuar no poder, e ser com maior força parte do mesmo, pensamos, bastaria para mostrar que espécie de homem era ele.
No momento, cumpre-nos tão somente dizer ser nossa convicção ter sido Pombal amigo do Brasil. Fatos