O Marquês de Pombal e o Brasil

dissensões havidas entre os seus três componentes. Dele fazia parte a tomada de Buenos Aires, que, considerada mais fácil e menos importante ficava para mais tarde.

Mas foi nisso que Pombal vislumbrou perigo para a conservação do Brasil. E a sensação desse perigo é que o trouxe alertado durante toda a sua vida contra a ambição dos ingleses.

A tomada de Buenos Aires, a seu ver, importaria em ameaça direta aos domínios de Portugal na América. Isso porque, tomado aquele porto, estariam as terras daquela região e as do Paraguai, ao alcance da Inglaterra, pelo domínio do Rio da Prata, e com fácil penetração às regiões auríferas de Cuiabá e Minas Gerais.

Alegou, em documento passado ao Ministério de Londres, que qualquer ataque a Buenos Aires, constituiria séria ameaça aos domínios de Portugal, e assim, conseguiu que a expedição inglesa fosse para Cartagena, de onde voltou batida, e com menos doze mil homens de sua guarnição.

O insucesso de Cartagena foi grave, mas não foi a derrota dos ingleses. Anos mais tarde a França e a Espanha se uniram contra a Inglaterra, mas esta, ligada a Portugal, enfrentou-as e derrotou-as no mar e em terra, de tal forma, que foram obrigadas a pedir paz, estabelecida pelo Tratado assinado em Paris, a 10 de fevereiro de 1763.

Já aí, Pombal, em Lisboa, e Martinho de Melo e Castro, em Londres, eram elementos de destaque no reinado de D. José.

Durante o reinado de D. João V, era Embaixador de Portugal em Paris, D. Luís da Cunha, homem de cultura e de excepcional inteligência.

Além de vasta correspondência, deixou-nos D. Luís o célebre Testamento Político, escrito especialmente para D. José, quando chegasse a rei. Por ele foi aconselhado

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