– "nossos infestos vizinhos" então "segunda vez infestos, como sucessores dos jesuítas, depois que os expulsaram, no ano de 1767."
Merece atenção especial essa opinião assim exposta por Pombal, pois nestas mesmas Instruções vamos encontrar opiniões suas sobre os espanhóis que se chocam com esta última, assim externada.
A surpresa dessa opinião se encontra no fato de já a essa altura estarem os três gabinetes de Paris, Madrid e Lisboa, empenhados na luta em comum contra os jesuítas, para sua total extinção. Mas essa era realmente a atitude permanente de Pombal quando se tratava de defender os interesses do Rei, do Reino e da Coroa. Assim o encontramos sempre em dura e patriótica atitude, quer se trate da Inglaterra, da França, da Espanha, ou mesmo da própria Corte Papal de Roma. Se assim era a sua maneira de ser, não seria com os Jesuítas, nem com a velha e inoperante nobreza de Portugal que ele iria mudar. Note-se que, acima do Brasil, nada encontramos que o tivesse interessado mais, ou que dele tivesse recebido maiores cuidados.
A própria intensidade de luta que sustentou com os jesuítas decorreu disto. Tudo de importante e grave que se passou em Portugal sobre essa questão, decorreu sempre do que aqui se ia passando desde os primeiros movimentos havidos no sul e no norte, em consequência das medidas postas em prática para o cumprimento do Tratado Preliminar de Limites, assinado em Madrid a 13 de janeiro de 1750. Isto sim, foi a causa principal – da expulsão dos jesuítas de Portugal e do Brasil, pelo Alvará de 3 de setembro de 1759.
Houve, necessariamente, outras causas e razões que complementaram a adoção da sua atitude e dessa medida, mas a principal foi essa. E por que essa? Porque no caso estariam em jogo, como estavam, não só a autoridade