O Marquês de Pombal e o Brasil

restituírem com a praça de Colônia todo o seu território, reduzindo-o assim ao distrito de um tiro de canhão da referida praça, e com outras avançadas tinham edificado em terras pertencentes a Portugal, da margem setentrional do Rio da Prata, as duas praças de Montevidéu e Maldonado, nas quais estavam se sustentando nula e violentamente, apesar das garantias do dito Tratado de Utrecht."

A questão do tiro de canhão foi sempre muito discutida, dada a controvérsia criada pelos castelhanos do Rio da Prata, sobre a sua verdadeira interpretação.

Na verdade, pelo Tratado de Utrecht, tudo leva a crer que a função do tiro seria determinar pela queda da bala expelida na direção oeste – e somente nessa direção – o ponto que serviria de marco, para a linha divisória imaginária que separaria na direção norte-sul daquela região os domínios de Espanha dos de Portugal.

Fazendo uso de todos os argumentos possíveis, resolveram os castelhanos do Rio da Prata achar que a demarcação das terras da Colônia deveria ser feita por meio do mesmo tiro, cujo alcance determinaria o seu limite territorial tomado em todas as direções, e não só no sentido das terras pertencentes aos domínios da coroa de Espanha.

Prosseguindo nas suas advertências ao novo Vice-Rei, chamava Pombal a atenção de Lavradio para o fato dos castelhanos, ou Jesuítas, que seriam os que então obravam no efeito e na realidade, terem criado colônias de índios e estâncias por todo o interior do sertão da capitania de São Paulo, com o claro projeto de avançarem até Minas Gerais, tendo-os, assim, portas a dentro, quando menos se esperasse.

Temos desse modo a opinião de Pombal sobre o Tratado de 1750, que lhe coube da melhor forma cumprir,

O Marquês de Pombal e o Brasil - Página 37 - Thumb Visualização
Formato
Texto