O Marquês de Pombal e o Brasil

muito bem a sua comissão) fez lá grandes amigos, que mostram querer fazer serviços, pelo considerável proveito do comércio, que eles imaginam ter principiado conosco."

Mais abaixo:

"Que os navios que foram a Egmont(1) Nota do Autor, ilha novamente fortificada pelos ingleses no mar do Sul, depois que nele nos estabelecemos, levaram ordem para na ida e na volta abordarem as colônias e habitações portuguesas e espanholas, e para convidarem os habitantes delas a comerciarem conosco; o que se entendeu que seria muito fácil, porque as costas se acham tão mal guardadas, que é coisa sumamente dificultosa que os portugueses e espanhóis embaracem nelas o contrabando."

Mais abaixo:

"Nós nunca confiaremos os negócios desta natureza, nem a frade, nem a clérigo de qualquer Religião(2) Nota do Autor que seja. Segundo todas as aparências, serão bons os mercadores, e homens de crédito do Rio de Janeiro e do Rio da Prata, as pessoas com que se trate, e por quem se conduza esta negociação ao seu fim."

E ainda mais abaixo, em resposta à dúvida que o almirantado pôs ao dito informante, dizendo: que sendo descoberto o contrabando, os homens de negócio que o fizessem, seriam castigados com a maior severidade, lhe respondeu o mesmo informante:

"A Espanha e Portugal não são certamente tão acautelados naqueles seus países, como a França e Inglaterra o costumam ser nas suas colônias. Além disto, é notório haver nos mesmos países contínuas traições contra os seus ministros, e contra as suas rendas, sempre que os propostos para as administrarem são bem pagos pelos contrabandistas; porque logo fecham os olhos a tudo o que passa. Acresce que os habitantes dos mesmos países têm

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