O Marquês de Pombal e o Brasil

Áustria, lhe cortaria toda a sua navegação, e todo o seu comércio no Oceano e no Mediterrâneo; e lhe poderia consequentemente arruinar todo o crédito público, e todas as forças que atualmente constituem a potência britânica.

13. Estes fatos estabeleceram o claro motivo com que os mesmos ingleses têm procurado até agora introduzir nos domínios deste reino o seu comércio de contrabando, pelos clandestinos e disfarçados meios dos seus navios, que entram nos portos do Rio de Janeiro e nos outros da sua capitania, debaixo dos pretextos; da navegação para o seu dito porto novo do mar do Sul [Port Egmont]; e de voltarem dele com a aleivosa aparência de amigos e aliados. E debaixo deste mesmo pacífico sistema, devemos também nós repelir aquela sua depravada e insofrível perfídia; sem, contudo, nos declararmos com eles mais do que eles se têm declarado conosco.

14. Este é o verdadeiro espírito da carta instrutiva que S. Majestade mandou expedir ao conde da Cunha, na data de 26 de junho do ano de 1767(1) Nota do Autor, como agora vai compilada no parágrafo II da coleção de cópias junta a esta carta, ou do catálogo nº I.

15. Isto é: primeiramente não mostrarmos de nenhuma sorte, que temos a menor desconfiança da corte de Inglaterra; porque seria grande imprudência desmascarar os projetos que alguns dos seus ministros mal consultados hajam formado contra nós, para assim os obrigarmos a romperem conosco. Em segundo lugar fazer V. Ex.ª ver em todos os casos correntes; por uma parte com toda a possível ostentação, assim a confiança que El Rei Nosso Senhor põe na amizade de El Rei Britânico, e na justiça dos seus ministros, como a certeza que V. Ex.ª tem de que eles reprovarão as desordens com que os vassalos britânicos forem perturbar a paz, e a observância das leis dos domínios de S. Majestade. Em terceiro lugar, e pela outra parte, executará

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