do cabo de São Roque ao de Cananéia. O número de expedições de normandos e bretões depois de Binot Paulmier de Gonneville em 1503, aparecidos pelos recortes do litoral brasileiro e certificados por documentos fidedignos, muda simples conjectura em realidade e aos franceses concede a glória de pertencerem aos primeiros devassadores da nossa orla marítima.
Infelizmente foi demasiada a destruição de arquivos. Juntada a omissões quanto a notícias de proezas de navegadores analfabetos, além de inúmeras vezes cálculos dos mesmos por infringirem monopólios ocasionalmente reconhecidos pelos seus governos, dificulta em extremo a pesquisa do investigador. E não é somente quanto a franceses que reina densa imprecisão nos primórdios quinhentistas. Também atingem a outras nacionalidades, em que podemos incluir italianos, não raro associados a normandos, e aos próprios portugueses, onde vemos multiplicarem-se falhas e confusões de nomes e feitos acerca da região de que nos vamos ocupar. Atribuem, por exemplo, eruditos de bom conceito, a descoberta da Paraíba a Américo Vespúcio em 1501, quando passou do serviço de Espanha ao de Portugal e iniciou série de escalas no novo domínio dos portugueses na altura de 5° de latitude. Na ocasião teria assistido de bordo ao trucidamento de um grumete repentinamente atacado por silvícolas, de onde, segundo Maximiano Machado, proviria o nome de Baía da Traição também estendido à baía de Acejutibiró. Outros preferem como primeiro devassador o capitão André Gonçalves (apesar de apenas mencionado entre cronistas antigos por Gaspar Correia), ou Gonçalo Coelho, supostos comandantes da expedição em que vinha o florentino.
As denominações, tampouco, escapam das incertezas da época. Varnhagen indicava a baía de São Marcos