contra Reis e Imperadores. Também padecera vultosos prejuízos, o que sugerira a Diogo de Gouveia, sempre bem informado, lhe oferecessem de Portugal subvenções anuais, cessão de navios e mais vantagens, à guisa de tributo para que não empecesse o luso no Brasil. Pelo menos assim se deveria proceder enquanto perdurasse período difícil financeiro-econômico na península e dificuldades em organizar convenientemente o Brasil. Simultaneamente, óbvio dizer, prosseguiria o trabalho de sapa dos embaixadores de S. A. nos escaninhos do Louvre e de Fontainebleau, onde cortesãos, funcionários, Príncipes de sangue, favoritas, e, por fim, até Francisco I, receberam propinas para deter a atividade dos normandos!
Os reveses do Valois inclinavam-no a acomodações com concorrentes ainda à custa dos súditos. Aprisionado na batalha de Pavia, apelou para D. João III a fim de que o valesse no passo aziago. Imediatamente julgou o Avis magnífica oportunidade para obter concessões do prisioneiro acerca de segurança nas colônias e no oceano. Recusou o francês propostas tão leoninas, mas, não obstante, ofereceu à família real a mão de uma de suas filhas, consórcio destinado a aplainar as questões entre as duas coroas. A proposta era pouco atraente. Traria desconfianças com espanhóis sem compensações de igual porte, pois, tanto a corte de Madrid como a de Lisboa, mais se interessavam por estreitar laços entre si na esperança de um dia unir os dois reinos peninsulares. Restava, porém, pendente, o caso dos normandos. Desejoso de solucioná-lo, ofereceu por sua vez D. João III a Infanta D. Maria - a sempre noiva suposta causa da desdita de Camões - aformoseada por quantioso dote (para o qual até Martim Afonso de Sousa na Índia contribuíra com o produto de extorsões contra potentados locais), com o Delfim, futuro Henrique II. A proposta