era vivamente apoiada pela Rainha de França, viúva de D. Manuel I. Mas ainda desta vez a oferta malogrou, preferida Catarina de Médicis à Princesa portuguesa, por parecer a florentina mais rica e servir às desastradas vistas do Valois na Itália.
De quando em quando conseguiam, contudo, os portugueses impor a Francisco I, nas horas de agudas aflições financeiras, proibições aos súditos de comerciarem nas possessões lusas. Posto fossem de caráter passageiro, permitiram aos lusos firmarem-se no Brasil, onde pudessem e como desejavam, ainda mantivessem franceses em muitos pontos do litoral contato com tribos a eles associadas. Em alguns trechos ao norte, na Paraíba e em Pernambuco, ponto em que se dizia haver o melhor lenho de tinturaria, como no Rio de Janeiro em que os súditos do Valois intensivamente cultivavam especiaria da Índia, os navios do sindicato continuavam a sua faina sem se atemorizar com o adversário.
Uma das razões da anomalia era, de modo geral, entender-se melhor a indiada com franceses do que com portugueses. Proviria a diferença, em extremo prejudicial aos súditos de D. João III, do fato de os primeiros exercerem a atividade num espaço muito maior e com recursos mais variados, sem veleidades de se apossarem da terra, "sans autres armes que la persuasion et les bons procedés". A frase de um normando não era mera jactância, mas verídica, a dar frutos providenciais. Podemos conceber-lhe o alcance pela persistência de relações entre franceses e índios litorâneos, ainda depois da multiplicação de presídios lusos na costa, intensa vigilância no Nordeste por parte dos mesmos associados à polícia naval metropolitana, e expulsão de Villegaignon da Guanabara. O fenômeno é tanto mais de admirar se levarmos em conta os empecilhos levantados à atividade de normandos e bretões pelos apuros financeiros