do Valois e conflitos religiosos, cujo último malefício se evidenciou no Maranhão, um século depois de Paulmier de Gonneville aparecer no trópico.
A história deste período é demonstração flagrante da excelência da iniciativa particular infinitamente superior a resoluções oficiais, a despeito de constantemente prejudicada pelo Estado, até pelo mesmo ser destruída. No Brasil, de começo todos os europeus procederam pouco mais ou menos do mesmo modo. Não havia muita diferença entre o comportamento de um luso degredado, náufrago ou desertor, na taba que o abrigava, e o do normando deixado entre tribos acessíveis ao europeu para aprender a língua dos índios e preparar estoques de mercadorias para quando os companheiros voltassem. Alterações, porém, não tardaram a surgir entre os dois, norteados por diretrizes coloniais completamente diversas. O francês não demonstrava intenção de se apossar da terra antes da tentativa de Villegaignon no Rio de Janeiro. O português, assim que se ajuntava com patrícios num sítio qualquer do mundo, recebia agentes metropolitanos onde estivesse, na Paraíba ou em São Vicente, os quais lhe traziam a organização de há muito ensaiada na África e no Extremo Oriente. Entre outros expedientes para aplicá-lo levantavam tranqueira com jirau no centro (às vezes chamado "Torre", posto não passasse de andaime de madeira) de onde se defendiam contra indígenas e europeus e passavam a dominar as redondezas. Nesses recintos, como era de esperar, estuariam em ponto muito maior que nos concorrentes franceses a ganância, pretensões dominadoras e crescentes exações contra o índio.
A persistência a que aludimos de boas avenças nas tabas com normandos, motivo das dificuldades a representar os piores problemas dos governadores-gerais do Brasil até o século XVII, são favoráveis na comparação