ao normando. As remessas de toras de pau de tinturaria e fardos de algodão, encontradas em quantidade nos portos ruaneses e maluínos, decorriam desse entendimento com indígenas paraibanos e vizinhos. Tão intenso e seguido era o comércio, que ao passar em 1531 a flotilha de Marfim Afonso de Sousa pela Paraíba, surgiram indígenas a nado na altura da Baía da Traição para perguntar aos tripulantes se queriam pau-brasil. A oferta era particularmente sintomática por sobrevir depois de refregas dos expedicionários com contrabandistas. A mesma expedição marca o início da ingerência oficial lusa nos povoados onde se tinham reunido portugueses e filhos mamelucos. Era o conselho do Reitor - por sinal, partilhado pelos caixeiros da Casa da Índia - que se executava conforme sugerira.
A intervenção do Estado francês arruinava o esforço dos normandos. A do português, tampouco, visava à felicidade dos primeiros povoadores e indiada litorânea do Brasil, nem zelaria pela de seus descendentes. Lançava as bases do regime colonialista na terra, em que todos daí por diante deveriam trabalhar para a coroa. Terminava, destarte, a iniciativa particular entre os franceses e começava a diretriz do governo ultramarino no lado português. Em ambos eram sacrificados povoadores brancos, os mamelucos e os índios da costa, para subvencionar guerras e intrigas políticas na Europa. Como sempre, já naqueles primórdios, o predomínio do Estado se revelava maléfico para todos, inclusive, em última análise, para o próprio Estado.
De qualquer maneira o sistema luso era a imposição do direito do mais forte em detrimento do mais fraco, muito semelhante à escravidão do vencido sob o jugo do vencedor. Na África e Ásia, primeiras partes onde tinham ancorado as naus descobridoras de rotas oceânicas, os recém-chegados tratavam, contudo,