A conquista da Paraíba

se avistar com os comandantes da flotilha portuguesa. Mais tarde, na continuação da derrota para o sul, teve Marfim Afonso oportunidade de novamente se avistar com este potentado, o célebre Tibiriçá, sogro do igualmente famoso povoador João Ramalho. Recebeu o morubixaba, pelos serviços na ocasião e mais tarde prestados na conquista do planalto piratiningano, a comenda da Ordem Militar de Cristo, coisa que os franceses jamais fariam, pois dificilmente lhes ocorreria liberalizar a comenda de S. Miguel ou do Espírito Santo a um índio.

A sofreguidão muito compreensível do gentio em dispor de armas aperfeiçoadas recrescia à vista da disputa de territórios aptos a sustentá-la. Quem de maior número de guerreiros e melhores meios de guerrear dispusesse podia apoderar-se dos sítios mais férteis, matas mais densas, rios mais piscosos, onde a vida era fácil graças a condições favoráveis de alimentação. Os menos numerosos e mal armados teriam de recorrer ao nomadismo, à procura de subsistência nas piores condições, em zonas pobres, de poucas possibilidades em lhes garantir bons meios de vida.

A mor parte das povoações litorâneas pertencia ao grupo tupi, saído do Paraguai e adjacências não muito antes da chegada de Cabral a Porto Seguro. Em cabildas inumeráveis tinham subido a costa rumo ao Nordeste através de várzeas litorâneas e embocaduras de rios. O motivo do êxodo é ignorado. Talvez pressão do grupo Guaicuru, numeroso, poderoso e irrequieto, estabelecido entre o Prata e o império dos Incas. Igualmente interviria o adensamento demográfico, fator preponderante de migrações, além de crenças ancestrais como a da Terra Sem Males procurada em direção ao mar. Fato é que desandaram em caminhadas, em que, por sua vez, deslocavam outras populações. No percurso

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