A conquista da Paraíba

no mapa de Girolamo Marini em 1511, substituído o de Terra dos Papagaios das cartas geográficas de mesma origem. Vemos, assim, surgir o muito mais significativo que em pouco se tornaria objeto de violenta porfia entre portugueses e normandos.

Estava consumada a "obra do demônio" como exclamavam os cronistas, mantida pelo desmedido interesse dos europeus pela ibirapitanga. A ambição, ademais, desvirtuava missões conversoras e atraía a cobiça de estranhos. Começou cedo o contrabando do lenho na Paraíba, provavelmente logo depois da chegada de Paulmier de Gonneville à Normandia, onde como já vimos, a narrativa de suas aventuras provocou alvoroço. Não será de todo desarrazoado admitir participação de Angô, ou de elementos a ele chegados, na empresa do outro normando quando tentou chegar à Índia para traficar com especiaria. Estavam os conterrâneos ansiosos por tomar parte no comércio ultramarino, justificado o ímpeto pelos meios à sua disposição, de há muito familiarizados com longas viagens oceânicas, tendo precedido a portugueses na fundação de feitorias, na Guiné, na altura em que o Infante D. Henrique intentava aproximar-se do Cabo das Tormentas. Ignoramos ao certo quando e como teriam aparecido franceses na Paraíba, dispomos, porém, de dados sobre a sua presença em toda a costa do Brasil na primeira década de quinhentos.

Nestas condições, já devia estar em plena atividade o sindicato de Angô no Nordeste, quando se reconhecia ser a melhor ibirapitanga a das matas paraibanas. Coincidia, daí, esse esforço, com os de outro sindicato em Portugal, de Fernão de Loronha e sócios argentários, tais como Bartolomeu Marchione (ou Marchioni), Benedetto Morelli e Francisco Martins, tidos por cristãos-novos

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