portos; pelo que, sem nos meter na justificação intrínseca da coisa, passemos aos que vêm do Porto de São Tomé".(196) Nota do Autor
E passa a São Tomé, e passa à Guiné e a Angola, e a outras regiões, com pormenores em que geralmente sugere dúvidas sobre a legitimidade do título, dando também conta dos escrúpulos dos armadores espanhóis, que iam à África resgatar (comprar) escravos para os conduzir a Cartagena de Índias.
O autor não fala apenas da África. Achando sempre negros e descrevendo sempre terras, vai por aí além, pela Ásia até às Filipinas. Para isso, serviu-se de livros, que indica à margem, de informações de capitães e negreiros e dos próprios negros, com quem lidou por si mesmo durante 20 anos. A seguir a esta longa excursão geográfica, onde com coisas, que se diriam certas, enreda outras singulares e maravilhosas, de credulidade ainda medieval, ele entra na parte constitutiva do livro, e que lhe dá o título genérico, que são os meios de salvar as almas dos negros, em ministérios com eles e na administração dos Sacramentos.
Não se colocando no terreno doutrinário mas prático, o autor para mover o leitor à comiseração multiplica-se em considerações de ordem natural, moral e pia, sempre impressionantes, sem contudo ultrapassar na qualidade o que se lê no Diálogo sobre a Conversão do Gentio, de Nóbrega (1556-1557), e sobretudo no Caso de Consciência (1567) do mesmo