sustentando que "nenhum escravo da África ou do Brasil era justamente cativo".(197) Nota do Autor O Pe. Sandoval não chegou a ser mandado voltar à Europa. E a razão é porque não generalizou tanto como eles. Sandoval teria confessado e absolvido, pelo menos, os que possuíam escravos procedentes de Cabo Verde, porque, segundo o uso, esses "não formam escrúpulo". (A isto responderia a alma heroica de Nóbrega, em 1567, que o provirem de terceiros não desculpava o uso, porque "sempre vai o mal havido com seu encargo".)(198) Nota do Autor
Mas, por muito honrosos que sejam, estes e outros semelhantes, quer na América Portuguesa, quer na Espanhola, são casos individuais. E "não se trata de casos individuais, para explicar a opinião comum e a impossibilidade de os Padres, em conjunto, se colocarem contra a escravatura negra no Brasil, sem terem de abandonar, também em conjunto, as demais obras de ensino, catequese, assistência, culto e piedade".
Estas palavras escrevemo-las no prefácio à Economia (pp. 8-9), sublinhando agora algumas, e encerram a razão fundamental da atitude da Companhia no Brasil. Razão não discutível, porque leva consigo a contraprova histórica. No dia em que os jesuítas, não já um ou outro, mas em conjunto (embora em conjunto parcial) se manifestaram contra a escravidão dos índios, generalizando mais ou menos a injustiça do título, eles provocaram motim do povo e foram expulsos de São Paulo e do Maranhão pelas autoridades locais.
Por outros termos: Se, como corporação, se manifestasse contra a escravatura do índio e contra a escravatura do preto, sem dependência do título, isto é, se se manifestasse contra toda a Escravatura, como tal, a Companhia de Jesus não teria posto pé na América. Nem na Europa do século XVI poderia