O Vale Amazônico, quase tão vasto como os Estados Unidos, é uma das mais extensas dessas fronteiras tropicais modernas e, talvez, a de população mais esparsa. A bacia fluvial formada pelo imenso rio Amazonas e seus numerosos tributários atravessa seis nações da América do Sul - o Brasil, o Peru, a Bolívia, a Colômbia, o Equador e a Venezuela. A maior, parte do grande vale fica no Brasil. Toda a população da região amazônica brasileira - cerca de um milhão e meio de pessoas - fica perdida em uma área de três milhões de quilômetros quadrados. A população nessa região tem apenas a metade da densidade da população da Nova Guiné e encerra, por quilômetro quadrado, uma duodécima parte da população das áreas quentes e úmidas da África. Apesar da Amazônia brasileira só encerrar uma pequena parte dos povos "atrasados" da terra, seu território imenso, suas terras inexploradas e seus recursos desconhecidos ainda poderão um dia desempenhar papel importante na solução dos problemas mundiais decorrentes da fome e da miséria.
As condições atuais do Vale Amazônico qualificam-no, sem sombra de dúvida, como uma área subdesenvolvida. Aproximadamente 60 por cento das pessoas que habitam a Amazônia brasileira são analfabetos. Apesar da bioestatística da região ser confessadamente deficiente, demonstram os registros que, em 1941, das mil crianças nascidas em Belém, capital do estado amazônico do Pará, 189 morreram antes de atingir um ano de idade. Em Manaus, capital do estado de Amazonas, situada no coração do Vale, o índice de mortalidade infantil era, naquele mesmo ano, 303 em mil. Em oito comunidades rurais do estado do Pará em que se colheram dados estatísticos relativos a 1941, o índice de mortalidade infantil, no primeiro ano de vida, atingiu 304 em mil. Segundo as autoridades sanitárias,