Uma comunidade amazônica: o estudo do homem nos trópicos

entretanto, esses dados são inferiores aos índices reais. O tifo que, nos Estados Unidos, no período de 1937 a 1941, foi responsável por apenas 1,3 mortes em cem mil pessoas, atingiu em Manaus o índice de 28 em cem mil. Nesse mesmo ano, em Manaus, a tuberculose causou 242,5 mortes em cem mil pessoas, enquanto nos Estados Unidos esse índice era de 45,8; e a malária, uma doença pretensamente tropical, atingiu o índice de 334,9 em Manaus, no ano de 1941, sendo apenas 1,1 nos Estados Unidos. No entanto, as condições sanitárias dessa metrópole amazônica, em 1941, eram superiores às da maioria das pequenas comunidades do Vale.

Além disso, a população da Amazônia tem uma alimentação insuficiente. Um estudo da dieta das famílias dos operários de Belém, efetuado há alguns anos atrás, revelou que o consumo médio, diário, de alimentos, por pessoa, era equivalente a apenas 1.800 a duas mil calorias. Embora a necessidade universal da criatura humana que executa trabalhos pesados seja calculada em três mil calorias, nos trópicos parece ser menor, tendo sido calculada em 2.400 calorias por um estudioso da dietética nos trópicos.(3) Nota do Autor Ainda assim, a dieta média das famílias de Belém, objeto do estudo, era deficiente em calorias e sobretudo em vitaminas e minerais. A impressão geral dos pesquisadores é de que o estado de deficiência alimentar, talvez mesmo de semi-inanição, predomina em todo o Vale.

A vida econômica do Vale é francamente "primitiva e estagnada". As técnicas agrícolas empregadas na Amazônia são em grande parte herdadas dos índios nativos - a técnica da "queimada" e da "derrubada"

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