Uma comunidade amazônica: o estudo do homem nos trópicos

o aumento do padrão de vida nessas regiões? Esta é uma questão decisiva para todas as regiões tropicais. Nas condições específicas da Amazônia, será esta uma fronteira que deverá ser habitada e desenvolvida em benefício da fome do mundo, ou estará ela fadada a ser para sempre o "deserto verde"? As opiniões sobre o potencial da Amazônia são desencontradas. Os pessimistas descrevem-na como um "inferno verde" e porque tantos sonhos grandiosos concentraram-se nessa região, foi ela chamada de "ópio verde". Nesse mesmo espírito um agrônomo declarou certa vez, em tom de brincadeira, que a única solução para os problemas do Vale Amazônico seria cercá-lo e remover aos poucos todos os seus habitantes. Contudo, desde os tempos de Alexandre von Humboldt, e até antes, os homens vêm sonhando com grandes cidades, riquezas agrícolas e prósperas indústrias no imenso Vale. Um desses otimistas foi Alfred Russel Wallace, o famoso naturalista inglês que visitou a Amazônia no século dezenove. "Afirmo sem medo", escreveu com entusiasmo, "que esta floresta primitiva pode ser convertida em ricas pastagens, em campos cultivados, hortas e pomares com todas as variedades de produtos, à custa da metade do esforço e, o que é mais importante, em menos da metade do tempo que seria necessário em nossa terra".(4) Nota do Autor Poderíamos citar inúmeras opiniões semelhantes, tanto a favor como contra a Amazônia, pois os escritores, quer de um lado, quer de outro, sempre foram eloquentes.

Nos últimos anos, a escola pessimista encontrou apoio para suas ideias sobre o futuro da Bacia Amazônica em dados científicos que procuravam provar a maior prevalência das doenças nos trópicos, sinais de

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