porcos, apesar de sua carne ser muito apreciada, pouco se vê nas zonas rurais. Conquanto não seja fácil encontrar, na floresta tropical, pastagens naturais para o gado, não é impossível preparar-se uma área para esse fim. No entanto, apenas dois ou três lavradores possuem gado que geralmente vendem na cidade para o abate. O leite que bebe um lavrador de Itá é condensado e a manteiga que come é a salgada, de lata, e ambos são fabricados a milhares de léguas de distância, no sul do Brasil. Alguns lavradores plantam em suas roças de mandioca - mais como precaução - feijão, abóbora, pimenta e melancia, outros plantam milho e, ainda outros, algumas culturas de crescimento rápido nas terras alagadiças, durante os meses de verão. A preocupação do lavrador é produzir para o mercado - dispor de um excedente de mandioca para vender depois de satisfazer suas próprias necessidades. Alguns vendem farinha de mandioca ao posto comercial, só para tornarem a comprá-la, mais tarde, ao esgotar-se sua própria produção. Essa tendência do sistema econômico rural de produzir para o mercado comercial é sobremaneira acentuada, naturalmente, entre os seringueiros que, em sua maioria, dependem totalmente da venda de seus produtos para obterem crédito com o qual adquirem alimentos.
Além do mais, pouco se conhece, em Itá, sobre métodos de preservação ou armazenamento de alimentos, apesar da grande importância desse sistema para uma região tropical. A farinha de mandioca pode ser conservada meses, desde que não se a deixe mofar e a carne e o peixe são secos ao sol. Alguns doces de frutas podem durar muitos dias, mas a gente de Itá em geral só come frutas e legumes durante a estação e antes que se estraguem. Comem carne fresca, quando há, logo depois de abatida. Lá não existe nada semelhante