Pernambuco e as capitanias do Norte (1530-1630) – Volume I

seus próprios recursos, guarnecendo de portugueses a terra virgem que se lhe deparava entre os domínios de Carlos V e o caminho do oriente. Um Brasil a renovar o êxito da empresa que povoara as ilhas do Atlântico, já então reservatório de gente para as armas da coroa e fonte de renda para o erário público, era sedutora perspectiva. Mais até, que a própria Índia fabulosa, pois ao invés de precário monopólio mercante, era a posse de fato, completa e absoluta, uma reprodução de Portugal no outro hemisfério, onde os povoadores e seus descendentes trabalhariam séculos afora para maior grandeza da velha monarquia. Infelizmente toda sorte de descaroáveis obstáculos deliam sonhos e projetos. Nas páginas seguintes procuramos examinar as que mais devem ter influído, para que el-rei fosse não só coagido a renunciar a tais vantagens, como ainda tivesse, de solicitar o auxílio dos donatários.

A incumbência cedida a particulares, do povoamento, conquista, desbaste, utilização e defesa de extensos territórios como eram as capitanias, tinha que ser passageira, desproporcionada a quem nela se arriscava, devendo em pouco retornar às atribuições governamentais. Aqui surgem novos problemas, a envolver, como sempre em história, várias contingências, povos, meios e regiões através do tempo. Se nos perguntarem como colonizaram as nações europeias as partes da América que

Pernambuco e as capitanias do Norte (1530-1630) – Volume I  - Página 30 - Thumb Visualização
Formato
Texto