Pernambuco e as capitanias do Norte (1530-1630) – Volume I

des Negres, & il n'en faut pas d'avantage pour fortifier leurs préjugés...", isto é, que iam ser em pouco devorados. O pânico podia provocar levante geral, tanto mais quanto havendo entre a carga antropófagos, acreditavam, ao saber da autópsia, que iam ser transformados em carne de açougue, "ils croiroient toujours que c'est pour en tirer les meilleurs morceaux & tout le monde ensemble ne seroit capable de remettre leurs esprits prévenus". Tampouco devia-se atirar cadáveres ao mar enquanto houvesse claridade. À noite, os tubarões que iam na esteira dos negreiros, encarregavam-se de fazê-los discretamente desaparecer.

O fim das precauções era evitar revoltas, de que transporte algum podia julgar-se a salvo. Era proibido aos tripulantes seviciar os pretos; recomendavam-se ainda, instrumentos de música para diverti-los e proporcionar danças úteis à saúde. Para feitor ou mestre do porão era escolhida peça de maior confiança, sendo expressamente vedado penetrar à noite entre os pretos, o que em certos casos equivaleria a suicídio, e afora os cuidados de elementar asseio, desinfecções, etc. era prudente exercer contínua vigilância sobre a carga, estado dos fechos, cadeias, solidez dos alçapões e demais impedimentos a libertações intempestivas.

Os holandeses, que invadiram o Brasil, tiveram a cautela de ocupar os reservatórios de escravos da África, sem os quais todo o seu esforço estaria perdido.

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