Pernambuco e as capitanias do Norte (1530-1630) – Volume I

a cobiça de todos os soberanos da Europa. Sobreveio a crise inevitável quando nações mais ricas e bem armadas resolveram participar da mercancia e traficância das Índias. Neste lance, não dispunha sequer Portugal de soldados para a defesa do comércio, que era a sua vida, logo absorvido no oriente o pequeno saldo deixado na população pelas epidemias.

Atolado em embaraços financeiros, o desafogo habitual del-rei era lançar mão das quantias em depósito dos órfãos, desaparecidos e ausentes; deitar imposições sobre bens eclesiásticos, e no tempo de D. Manoel I, gravar o "dinheiro de carga", que se supõe, consistisse na cobrança do frete das "quintaladas"(3) Nota do Autor dos servidores da coroa na Índia. Contudo, tais expedientes não passavam de meros paliativos nas dificuldades de Portugal, impossibilitado até de se abastecer a si mesmo, em que o texto das leis antigas mostra as privações do povo e da monarquia. Proibiam as Ordenações Manuelinas, com pena de confisco e degredo, a exportação de animais de corte, farinha, milho, cevada, pão, etc. bastando atirar uma côdea por sobre a fronteira para o réu ir ter à nau dos quintos.

As comunicações com os empórios de além-mar acarretavam despesas navais consideráveis, além do prejuízo decorrente da absorção de indivíduos necessários

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