Pernambuco e as capitanias do Norte (1530-1630) – Volume I

às artes e ofícios do país. Faria e Sousa avaliava terem singrado para o oriente cerca de 320 naus, no decurso de 30 anos, guarnecidas em média por 250 homens. Só a décima parte volvia à Europa, cifra a que devemos acrescentar, nos anos seguintes à estatística, novos claros abertos na população pelos marujos, soldados e povoadores de toda casta, remetidos para os estabelecimentos que os portugueses levantavam na América, África e Ásia, a fim de proteger navegação e feitorias.

Afluíam na verdade de todo o mundo para Lisboa e outras cidades, carpinteiros, ferreiros, alfaiates, músicos, barbeiros, impressores, e outros profissionais, da mais variada espécie e categoria, chamados pela fictícia prosperidade do país. O custo da vida tendo subido, aumentavam os salários, na obediência do ditado "Vida cara, ganho farto", todavia, mais de modo parasitário que deveras benéfico. Sem estatísticas não é possível saber até que ponto os estrangeiros substituíam os braços perdidos na Índia. Nos campos eram muito mais ponderáveis os efeitos da escravidão africana que o trabalho de alemães, flamengos ou italianos nas povoações. Viu-se então em Portugal, Espanha e ilhas do Atlântico, curiosa antecedência de aspetos americanos no labor dos negros empregados "para desbravar os matos, dessangrar os pântanos, e outros duros trabalhos, d'onde resultava fundação de novos

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