Pernambuco e as capitanias do Norte (1530-1630) – Volume I

povoados"(4) Nota do Autor. Mas a presença do elemento servil, se era saída para uma eventualidade, significava esgotamento perigoso no rolar do tempo, remédio contraproducente afetando a nação em pontos vitais.

Como todo organismo apegado a recursos externos, desprovido de recursos internos, as finanças de Portugal eram frágeis como a porcelana importada da Índia. Começava por não haver dinheiro que chegasse para a navegação. Esparsas pelo mundo, as feitorias absorviam somas fabulosas somente pelas distâncias a vencer. Despendia a viagem normal de Lisboa a Ceilão de cinco a seis meses, durante os quais apareciam em outros mares emergências reclamando a entrada em serviço de mais embarcações. O tesouro vazio não teve outro expediente que submeter velhos barcos a provas acima das condições de navegabilidade.

Na História Trágico Marítima há impressionantes dados acerca da navegação portuguesa do século 16, "...a terceira causa, que bota a perder as naus, e o reino, e tudo, e a dos que navegam nesta carreira, em sobrecarregarem as naus o que não só (as) descompassa, mas basta em qualquer ocasião para abrirem, e se perderem tantas, como temos visto, abertas todas indo-se a fundo...". As relações do conde da Castanheira, vedor da fazenda, corroboram estes dizeres, assim como Manoel Severim

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