Pernambuco e as capitanias do Norte (1530-1630) – Volume I

de Faria, quando enumera as consideráveis perdas decorrentes de naufrágios. De 1497 a 1612 partiram dos portos portugueses para a Índia, 800 embarcações. Dessas só 425 tornaram a aparecer porque as outras tiveram sorte vária, naufragando, ardendo, consumindo-se de velhas, ou aprisionadas por corsários e piratas. A incúria tambem contribuía para a dissolução da frota indiana. Noticiam as Lendas "...somente no mar lhe fazia Martim Afonso algum adubio de galagala, com que sostinha; mas no mais toda estava podre"(5) Nota do Autor.

Ninguém no momento se lembrava de calcular o prejuízo marítimo, não só pelo valor das naus, como pela carga deteriorada, vidas perdidas, e acima de tudo, juros dos compromissos contraídos para subvencionar a marinha. Se o fizessem, verificar-se-ia o quanto eram enganosas opiniões como as de alguns vice-reis, ou feitores, que proclamavam o aumento das rendas das casas de Guiné e Mina. De fato, nos anos de 1476 a 1481, a média anual de ambas fora de 13.102.044 reais; e de 1517 a 1519 ia subir a 312.821.064 reais com o reforço trazido pela casa da Índia. Infelizmente tais cifras nem sempre bastaram para dominar a voragem. Iam em ritmo crescente os compromissos do erário, que a decuplicação das rendas dificilmente poderia deter. Em 1500 principiava D. Manoel I a venda dos juros

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