A invasão paraguaia no Brasil

Estava a capital em sossego, quando a faz vibrar em convulsão angustiosa essa noticia, que vinha dar realidade ao funesto presságio, com que se iniciara o ano de 1865.

No dia primeiro, temporal violento vergastou-a de ponta a ponta, ameaçando-lhe a estabilidade das casas e sacudiu, aos uivos, o Quartel, cuja cimalha raspou, arrebatando-lhe o escudo imperial.

O triunfo paraguaio confirmava o mau agouro em que acreditavam os timoratos.

Divulgou-se com rapidez telepática a ocorrência fatal.

A apreensão domina os ânimos.

Reúne-se a Câmara Municipal e pede providências ao presidente, cuja deposição é objeto de conversa desassisada.

No dia seguinte, 7, o desassossego aumentava com a chegada, à noite, do vapor 'Paranhos', que espalha notícias angustiosas da tomada de Corumbá, cidade, de 'Anhambaí', vapor de guerra.

A capital tumultua, como se o inimigo já estivesse à vista, no longo estirão do rio, que o Arsenal de Marinha sobranceava.

Soam clarins, convocando a reunir. Tocam os sinos a rebate.

(...)

Das notícias últimas, colheu-se que ainda havia tempo de afastar de Cuiabá a sua linha de defesa, para lugar mais apropriado como seria Melgaço, 20 léguas a jusante, onde o presidente resolveu, a 13, concentrar toda a força disponível.

No dia seguinte já ao entardecer, embarca o terceiro batalhão da Guarda Nacional, ala esquerda do primeiro de Artífices, voluntários e diversos contingentes.

São utilizadas todas as embarcações, exceto o 'Paraná', que o vapor 'Alfa' não conseguiu rebocar.

Sob o comando de Portocarrero, vai a expedição, promissora nos manifestos, proclamações e discursos de despedida, mas atarantada na organização e embarque. Às oito horas da noite aportam no Itaici, onde repousam por 'não ser possível com os reboques fazer-se a tais horas a passagem do dito lugar'.

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