A invasão paraguaia no Brasil

Às sete horas da manhã de 16, chegaram a Melgaço e enquanto se ativava o desembarque, o comandante prosseguiu até a barra superior do Piraí, uma légua a jusante, onde o rio se esgalhava em dois braços, pelos quais organizou rondas em montaria.

De regresso, despachou, por ser de maior força, o vapor de guerra 'Cuiabá' com 'três praças que vinham de Corumbá enviadas a trazer notícias', e outro, águas abaixo, a fim de explorar o rio até S. Lourenço, de onde regressa à tarde de 17, informando que navios paraguaios, depois de terem passado pelas armas à retaguarda dos fugitivos e aprisionado o 'Anhambaí', subiram até a foz do Cuiabá sem tropeço algum. A divulgação de tais sucessos, cujo exagero todos aceitavam como real, mergulhou o acampamento em terror pânico.

(...)

Leverger, que, ao primeiro sinal de ameaça, no dia 2, entrou a frequentar o palácio e auxiliar o governo com os seus conselhos e solidariedade, embora residisse na chácara distante uma légua, é informado, à noite de 19 da debandada inexplicável dos expedicionários, veste-se, rápido, e sem perder tempo, toma o rumo da cidade, onde encontra o presidente com ideias de convocar, pela manhã, as pessoas gradas, com as quais combinaria as medidas reclamadas pelas graves circunstâncias.

Leverger contraria as ideias do presidente a quem se oferece para organizar a defesa. Albino aceita, sem discutir, a oferta que o fez lavrar imediatamente o ato de nomeação do 'Chefe da esquadra reformado Augusto Leverger para comandante superior da Guarda Nacional da mesma província, bem como das forças fluvial e terrestre, incumbidas de ocupar e defender o porto do Melgaço ficando dispensado do exercício o respectivo comandante superior até que cessem as razões que aconselharam esta providência'.

Tão pronta é a decisão, que, de manhã, no porto, ainda Leverger encontra a força embarcada, cujo comando assume. Em breves palavras expõe a sua resolução consoante lembrou

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