A invasão paraguaia no Brasil

luta. Se fugisse, porém, por falta dessas facilidades, ou desertasse, nunca mais o apanhariam.

A origem guerreira do rio-grandense é a mesma da da platina, especialmente uruguaia, com uma diferença: o rio-grandense não se prestou, nunca, ao caudilhismo na legítima acepção do termo, e nunca o praticou como o praticaram os platinos, uruguaios e, em menor escala, argentinos.

Caudilhos de verdade, caudilhos legítimos, produziu-os, para glória sua, é bem verdade, o Uruguai. Nenhum outro povo iguala em valor, constância, firmeza, os caudilhos uruguaios. São únicos e insuperáveis na história.

O gaúcho verdadeiro, o legítimo gaúcho é um misto de bandoleiro e gentlemen. Formou-se no campo, nas "caçadas" ao gado bravio, ao gado "chimarrão", abundante nas planícies do Uruguai e do Rio Grande ao entrar o século XVIII.

Os primeiros gaúchos foram os contrabandistas de gado, pois a este é que se referem os documentos daqueles tempos quando falam em gaúchos.

Não há, na formação do gaúcho, nada de lirismo, nada de importado. Há, apenas, o sentido útil, da indisciplina, da vontade de enriquecer.

Os primeiros gaúchos nada mais foram do que "bandeirantes das campinas", em cata, não de ouro e pedras preciosas, mas unicamente do boi que lhes dava mais e com menos perigo do que as aventuras pelos sertões inóspitos perlustrados pelos bandeirantes e sertanistas de S. Paulo.

Caçavam o gado no Uruguai para vender no Rio Grande e vice-versa.

Rafael Pinto Bandeira tinha desses gaúchos a seu serviço e a serviço do Exército que comandava, na Cisplatina.(6) Nota do Autor

Chamavam-nos, então, peões, os portugueses e os espanhóis os denominavam changadores, enquanto estivessem a serviço oficial. Fora disso, eram apodados bagamundos, ladrones, ladronicios, foragidos, malhechores, malhechores

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