Quiroga, Rosas, Urquizas, e, na Banda Oriental, os Artigas, Aguirre e Flores, digladiavam-se sem cessar, arrastando nas suas querelas o Brasil, que carecia do Rio da Prata aberto à navegação, por causa de suas comunicações com Mato Grosso. Tinha de garantir a integridade oriental e a vida dos brasileiros que viviam na fronteira. Era também para ele que apelavam os partidos em luta. Vira-se já obrigado a intervir contra Rosas. Teve que fazer a guerra a Aguirre. A Argentina e o Uruguai pouco valiam então. Não possuíam nem população nem dinheiro. A Argentina estava dividida entre Mitre e Urquiza, e o Uruguai entre Aguirre e Flores. Os brasileiros não eram movidos por ambições de conquista. Se o fossem, bastava que se unissem ao Paraguai, para poderem partilhar o Prata. Já tinham lutado pelo Paraguai contra a Argentina, pela Argentina contra Rosas, pelo Uruguai contra Uribe e Rosas, dispondo dum Exército de 16 mil homens apenas, enquanto que o do Paraguai tinha 92 mil. - Existem todas as provas de que havia um plano de aliança entre o Paraguai, o Uruguai, Corrientes e Entre Rios, contra o Brasil e Buenos Aires. - Os ataques dos blancos aos rio-grandenses da fronteira obrigaram o Brasil a intervir; e López iniciou sem declaração de guerra as hostilidades, após uma inútil tentativa de mediação. Em agosto de 1864 declarou a paz em perigo. Já em fevereiro do mesmo ano, Borges afirmara a Elizalde, ministro do Exterior da Argentina, que o Paraguai se reservava inteira liberdade de ação no Rio da Prata. - Não pode existir a menor dúvida de que o Paraguai se preparou para o conflito e provocou e fez a guerra".(9) Nota do Autor
Foram, portanto, as campanhas platinas a que o Brsail se entregou com o fito único de eliminar os caudilhos e transformar o sul de nossa América Latina num remanso de paz, que irritou os ditadores do Paraguai que, cheios de ódio que culminou na arrogância do segundo López, fez explodir a guerra de há muito preparada pelo caudilho e tirano paraguaio.