em trazer as quatro bocas de fogo e consegui-o com grande satisfação. Assim, pois, no dia 1º de junho achavam-se as forças do lado direito do rio Miranda, com nove léguas diante de si em boa estrada para chegarem a Nioac. Os paraguaios haviam efetuado a passagem antes de nós e já se achavam em nossa frente.
Compreendi a necessidade urgente de marchas rápidas sobre Nioac, por cuja sorte muito temia, apesar de saber que o oficial comandante daquele ponto, à frente de mais de cem homens, tinha instruções muito severas corroboradas por um bilhete que o coronel Camisão, a 24 de maio, dirigia ao sr. coronel Francisco Augusto de Lima e Silva, chefe da Repartição Fiscal, e que ficara em Nioac para formar e promover o depósito de víveres, ordenando a este que se retirasse para lugar seguro, com objetos da Fazenda Nacional, ficando o oficial obrigado a resistir aos inimigos naquele ponto emboscado na mata.
Dei, por isso, às seis horas da tarde, ordem de marcha às forças, caminhando a noite inteira e chegando às três horas do dia 2 no Canindé,(38) Nota do Autor a três léguas de Nioac.
Esta marcha forçada efetuou-se maravilhosamente, apesar da chuva copiosíssima que caiu durante todo o trajeto, levando então cada corpo os seus doentes.
No Canindé achei sinais de passagem dos paraguaios. Carros queimados existiam no caminho, estando o chão coberto de farinha e arroz.
A soldadesca comeu, enfim, apanhando tudo que foi encontrado, depois de 22 dias de cruel fome, durante os quais a ração de simples carne era tão diminuta, que se repartiam quatro a oito reses em lugar de 21, que habitualmente iam para o corte!