da dinastia de Avis, e da república velha, nova, e novíssima do Brasil. Errar é humano, e foi o que aconteceu ao Padre Nóbrega quando aconselhou a D. João III evitar governador solteiro e moço, para suceder a Tomé de Sousa. Sugestionado pelo supercilioso zelo dos jesuítas em matéria sexual, para fugir de um inconveniente provocou outros muito piores, que não tardaram a convulsionar a cidade do Salvador. Aguardava a chegada de D. Duarte o Bispo Pero Sardinha, um dos espíritos mais cultos do clero quinhentista português. Fora em Paris discípulo do célebre Diogo de Gouveia, na universidade que desde os pontificados de Inocêncio III e Gregório IX, se especializara no ensino teológico. Aí teria conhecido, segundo a versão propalada por Simão de Vasconcelos, o Caramuru e a sua esposa Tupi quando visitavam os reis de França. No Brasil precedera de pouco D. Duarte, de modo a não ter tido tempo para se desavir com o primeiro Governador. Ter-se-ia incompatibilizado com Tomé de Sousa? É provável que tal acontecesse à vista do caráter do fidalgo e a soberba do prelado.(6) Nota do Autor Ninguém melhor do que D. Pero Sardinha avaliava o seu próprio valor, tendo depois da permanência na Sorbonne, assistido nos colégios de Coimbra e de Salamanca, as duas grandes universidades do período áureo da península, quando não se punha o sol nos seus domínios, e emparelhava nas ciências, letras e artes com os centros mais adiantados do mundo.
Este poço de saber eclesiástico, desambientado na colônia apesar de ter sido provisor e visitador em Goa, apresentava-se imbuído da superioridade que