era o momento asado para muita gente desafogar melindres ou ambições contrariadas, e no remoinho de paixões que envolveu a sede baiana, não houve dislate que o prelado deixasse de cometer, parecendo mais personagem da Renascença italiana, do que eclesiástico incumbido de zelar pela paz católica num longínquo rincão sul-americano. Rodeado de bravio e de numerosa clientela como qualquer barão romano, mostrava-se disposto a empregar na luta, não só o varapau campesino, mas a espada, adaga, ou acqua tofana, sem esquecer o sutil veneno sugerido por D. Basílio.
O auge da contenda foi quando D. Pero Fernandes tornou à Bahia depois de uma visita pastoral a Pernambuco. Soube nessa ocasião que o Cônego Francisco de Vacas, outrora chantre no reino, mais o antigo dominicano Gomes Ribeiro, "pregador e capelão de S. A", que ele fizera deão na diocese do Salvador, tinham-se rebelado contra a sua autoridade. O primeiro o denunciara por ter ferido gravemente em Portugal a dois homens, motivo mais que suficiente para justificar a proibição da sua entrada na Sé. Atribuiu imediatamente D. Pero aqueles manejos a D. Álvaro da Costa e ao seu amigo o fidalgo João Rodrigues Peçanha, tratando de demitir os descontentes que foram substituídos por indivíduos de sua confiança. Essas providências, acompanhadas de outras, tiveram o condão de apavorar o Gomes, que implorou auxílio do Governador. O único meio de o socorrer sem entrar em conflito com o Bispo era ajudá-lo a escapar da Bahia, o que conseguiu graças a Cristovam Cabral, Capitão do bergantim que o levou a Ilhéus, mas sobre o qual desabou a excomunhão do Bispo e multa de 50 cruzados. Aumentando a bulha, entrou em cena Fernão Pires, que tinha sido