O Marquês de Olinda e seu tempo (1793-1870)

E os ministros ficavam tranquilos. Havia o precedente... Um precedente histórico que ilustrava a retirada. A serenidade voltava-lhes ao espírito. A cita inglesa espoucava impressionando. Assim para o imponente marquês do Paraná como para o bonachão Martinho Campos a égide era uma só. Variavam o indumento. Lembravam a satisfação interior do exilado duque de Olivares quando Gil Blas o comparou ao imperador Diocleciano, plantando couves em Salone...

Quando surgia uma identidade espiritual nascia esta dum manejo político. Nunca do raciocínio ou da lógica. Se os "políticos" fossem imponentes para realizar a campanha, então apelava-se para o povo numa lógica sentimental que não falhava. Assim a Maioridade e a Abolição. Na República o povo não teve tempo de ser consultado.

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Uma explicação possível dessa dessemelhança entre estadistas e governados talvez fosse o orgulho natural de querer que o Brasil ficasse num nível mais alto que os outros povos do continente. Quando lá fora os movimentos da independência foram feitos, em percentagem alentada, pelos ajudantes d'ordens de Simão Bolinar, o Brasil destoava desse diapasão. A sua independência saíra duma maquinação erudita, tramada entre sábios,

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