solto pelas ruas. As ovelhas e cabras, também: só de canga.
As Câmaras foram também proibindo às negras dos mocambos lavar roupa nas bicas do centro das cidades: que fossem para os riachos fora-de-portas. Porque algumas cidades, como o Recife, tiveram seus arcos, fora dos quais estava-se medievalmente fora-de-portas. Vieram também outras restrições à liberdade dos particulares: a dos senhores dos sobrados surrarem seus escravos depois que o sino da igreja - de tão grande influência sobre a vida doméstica e até pública, das cidades brasileiras, antes da vulgarização dos relógios - batesse solenemente nove horas da noite. O sino da igreja batia nove horas da noite; acordava o burguês para o banho de rio; batia meio-dia; batia Ave Maria; anunciava incêndio - algum sobrado grande se queimando; anunciava missa, enterro, casamento.
Outras posturas foram aparecendo no sentido de se fazer respeitar a rua, pelo matuto que descia da serra, dos sertões ou dos engenhos e entrava pela cidade muito descansado de seu: no alto do seu cavalo de cangalha ou dentro do seu carro de boi chiando. Que descesse e puxasse o animal pela arreada ou pelo cabresto sob pena de 24 horas de prisão; os negros escravos, de duas dúzias de palmatoadas. E ninguém tivesse mais a sem-cerimônia de entrar pela cidade de camisa e ceroula; nem esquipando ou galopando a cavalo pelas ruas, por onde desde fins do século XVIII começaram a rodar carruagens: a princípio coches, seges, traquitanas; depois cabriolés, cabs, tilburis, balancês, todos aos solavancos pelas pedras e pelos buracos.
Os construtores e os proprietários dos prédios urbanos também foram sendo obrigados a respeitar a rua. Obrigados a levantar seus sobrados com as testadas em alinhamento regular e não a esmo ou à toa como antigamente. Obrigados a entulhar os buracos e as poças de