Sobrados e mucambos

o rico, logo que faz fortuna, levanta palacete bem à vista da rua. O fenômeno de preferência pelo hotel, pela pensão, pela casa-de-apartamento - que aliás ainda é casa - limita-se, por ora, ao Rio de Janeiro. No resto do Brasil ainda se prefere

"a minha casa, a minha casinha

não há casa como a minha".

O privatismo patriarcal ou semipatriarcal ainda nos domina. Mesmo que a casa seja mocambo - o aliás tão caluniado mocambo.

***

Continuação de estudo já publicado, este ensaio resulta da mesma série de pesquisas. De modo que os andaimes foram os mesmos, não sendo preciso conservá-los agora em volta do desenvolvimento mais livre - porém de modo nenhum autônomo, e sim condicionado por aquelas bases - que tomou o assunto, em sua nova fase. As principais fontes de que se socorreu o autor, para este trabalho, vão indicadas no fim do ensaio. Impossível esquecer, num estudo que se ocupe do desenvolvimento das tendências urbanas no Brasil do século XVIII e principalmente do século XIX, em contraste com as tendências rurais, os trabalhos de João Ribeiro e Oliveira Viana sobre a formação das cidades entre nós; os de Capistrano; o de Felisbelo Freire, o de Escragnolle Dória, o de Delgado de Carvalho, os de Noronha Santos, sobre o Rio de Janeiro; o de Luís Edmundo sobre esta cidade no tempo dos vice-reis; o de Afonso d'E. Taunay sobre a formação da cidade de São Paulo; o de Oliveira Lima e o de Tobias Monteiro sobre o Rio de Janeiro no tempo de Dom João VI, o de Wätjen sobre o Recife durante o domínio holandês. Mas o ponto de vista especializadíssimo em que se colocou o autor diante do desenvolvimento daquelas tendências - o ponto de

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