foram nunca absolutos, nem o são hoje. E um dos elementos mais poderosos de intercomunicação, pelo seu dinamismo de raça e, principalmente de cultura, tem sido e é o mulato.
O encontro de culturas, como o de raças, em condições que não sacrifiquem a expressão dos desejos, dos gostos, dos interesses de uma ao domínio exclusivo de outra, parece ser particularmente favorável ao desenvolvimento de culturas novas e mais ricas. A desvantagem maior, do ponto de vista desse desenvolvimento, está justamente no isolamento ou na distância social que dificulte as oportunidades de contato de um grupo com os outros, de uma raça com as outras. Por isto, Lars Ringbom vê no mestiço a melhor solução para os extremos de individualismo ou de coletivismo, nas grandes raças e nas grandes culturas, que ele considera puras.
Hooton, por sua vez, lembra que o Egito chegou à sua riqueza extraordinária de civilização pela miscegenação profunda: sobre o fundo de raça mediterrânea, o elemento negro, o armenoide e possivelmente o nórdico. A Grécia também: uma mistura de mediterrâneos, armenoides, nórdicos e provavelmente alpinos. À formação de Roma concorreram mediterrâneos, nórdicos e alpinos. Os puristas de raças não devem esquecer esses muitos exemplos de riqueza de cultura pela miscegenação. Um deles, Günther, admite no grupo de gênios que procurou estudar antropologicamente, dentro da teoria de que a capacidade de invenção e criação é suprema nos nórdicos, sangue de outras raças, ao lado do sangue nórdico - raramente encontrado triunfalmente puro, mesmo nos heróis dos países chamados nórdicos. Porque meio-sangue foi Lutero; meio-sangue Schopenhauer; meio-sangue, Schumann; meio-sangue Ibsen. Mas o sal dos países nórdico-alpinos e nórdico-mediterrâneos seria, para Günther, o sangue nórdico; a força daqueles gênios, estaria