Doenças Africanas no Brasil

Silva Lima atribui esta escassez de testemunhos históricos a respeito dos primeiros casos, bem como à frequência e difusão no Brasil da filária de Medina, ao "número menos avultado de africanos importados e, portanto, na raridade dos casos e, também, ao fato de ser o tratamento desta moléstia, como geralmente foi, confiado a curandeiros especiais, em lugar de o ser aos cirurgiões e médicos".

Refere, em 1847, um escritor bahiano cujo nome real, não se sabe as razões, ele substituiu modestamente pelo de "Musaico", que o mal não existia no Brasil, sendo as comunicações com a Costa d'África que nos trouxeram, com os males inerentes à escravidão, este terrível legado, acrescentando que "nos primeiros tempos eram os escravos recém-chegados d'África que apareciam com o verme de Guiné e os que viajavam para a Costa diziam que as pessoas que bebiam ou se serviam de certas águas de lá, adquiriam a doença".

Ora, esta opinião, embora partida de um publicista anônimo, deve ser acatada e merecer fé, pois que eIa foi transcrita, com o máximo respeito, nas colunas dos jornais médicos daquele tempo (102) Nota do Autor.