Mas, eu não considero isto bastante para levar ao passivo de suas culpas, no agravamento do nosso nosogenismo, a importação do paludismo e do seu mosquito propagador em nossas terras.
Verdade é que as "maleitas", como o vulgo denominava antigamente o paludismo, eram consideradas, antes do trabalho de Laveran, como consequência das emanações pútridas dos pântanos e as pessoas adoeciam desse mal unicamente pela influência dos miasmas daí constantemente desprendidos.
Em tais condições, eram estas doenças intimamente ligadas ao mefitismo telúrico. Portanto, tudo quanto de mais local, intrínseco e autóctone se pensasse, era o que se invocava para explicar o acometimento malárico.
A descoberta dos plasmódios no sangue dos impaludados, em 1880, por Laveran, foi que veio deslocar o eixo do problema médico-hygiênico, sugerindo aos sanitaristas novas investigações a respeito do modo pelo qual era o homem infectado por esta doença sabidamente caquetizante.
Foi muito mais tarde, em 1894, que Patrick Manson sugeriu a hipótese da intervenção de um mosouito, a semelhança do que já verificara para a filariose, para que o paludismo exercesse