Pretende o Dr. Silva Lima não estar provado que o primeiro acometimento das Boubas, na América, fosse devido à importação, por meio dos negros africanos; que havia bons testemunhos de sua existência na América tropical, ao tempo da chegada dos europeus no século quinze; que, finalmente, os primeiros colonizadores do Brasil já encontraram as Boubas entre os indígenas tupinambás com quem lutaram na Bahia para se estabelecerem.
Nos seus desejos de isentar o continente africano da pecha de disseminador da Bouba aos povos da América e de outros continentes, afirmava, o distinto médico, que existindo esta doença na Ásia endemicamente, tanto nas Índias Ocidentais como Orientais, desde longos anos, ninguém se lembrou ou procurou atribuí-la à importação africana, em uns porque não havia pretos para serem responsabilizados e em outros porque são eles justamente os menos sujeitos à tal enfermidade, em comparação com os indígenas.
Afirmando estes fatos, procurou ele documentá-los de um modo que lhe pareceu muito valioso, apresentando os "testemunhos históricos" de Gabriel Soares de Souza de Ivo d'Evreux, de Guilherme Pison, de Jean de Lery, de Bernardino Antonio Gomes e de Sigaud.