do sul da Alemanha. Nada de protocolar em suas relações. Eles fazem mutuamente troca de livros. D. Pedro faz presente a Gobineau de uma pagaie e de um arco. Gobineau entalha o busto do Imperador. D. Pedro vai à província de Minas Gerais; de todos os membros do corpo diplomático acreditados no Rio, o único convidado a acompanhá-lo foi o ministro de França. E quando, no meio de uma representação da Ristori no Rio, Gobineau teve uma altercação violenta com o Dr. Saboia, onde ele não tem o melhor papel, o Imperador esforça-se por arranjar as cousas e obter, delicadamente, o rapel de seu amigo.
Logo que chegou em França, Gobineau começa a escrever a D. Pedro. Esta troca de correspondência entre Gobineau e D. Pedro durará 11 anos, isto é até a véspera da morte de Gobineau. A primeira carta de Gobineau é endereçada ao Imperador de sua propriedade de Trye, a 24 de julho de 1870; a última (28 de agosto de 1882) que tem uma letra trêmula e quase ilegível, partirá de Roma, foi escrita um pouco menos de dois meses antes de sua morte em Turim.
São essas cartas que publicamos. Elas apresentam um interesse documentário dos mais vivos. Gobineau sabia perfeitamente a língua portuguesa que aprendeu e muito bem, durante sua estada no Brasil; contudo é em francês, e em excelente francês, que D. Pedro lhe escrevia sempre.
Falta um certo número de cartas à coleção, que, provavelmente, se perderam. Os originais das cartas do Imperador acham-se conservados na Biblioteca Nacional e Universitária de Estrasburgo a ela oferecidos pelos herdeiros (Fonds Gobineau). Os originais das cartas de Gobineau a D. Pedro II pertencem aos arquivos do castelo d'Eu e são de propriedade de S. A. I. D. Pedro